sábado, 6 de abril de 2019

Lingua Portuguêsa - Texto e Contexto


Lingua Portuguêsa - Texto e Contexto




NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA 


São oito países os afetados pelas mudanças na ortografia do idioma português, um total de aproximadamente 237 milhões de pessoas, leitores potenciais do português (Brasil, Portugal, Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Timor Leste). Somente 0,5% dos vocábulos brasileiros serão modificados pelo Novo Acordo. As mudanças já podem ser adotadas e tornam-se obrigatórias a partir de janeiro de 2013. A seguir, vejamos as principais mudanças trazidas pelo Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. ALFABETO O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. Estas letras, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo: a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt); b) na escrita de palavras estrangeiras (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
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TREMA1 Sim, os dois pontinhos caíram de fato. Depois de tantos boatos infundados sobre sua queda, que ainda não havia ocorrido, agora é de verdade. Assim, palavras como: aguentar, eloquente, tranquilo, bilíngue, linguiça, cinquenta, sequência, sequestro, eloquência devem ser escritas assim, sem o trema. Este último era usado sobre letra u para indicar que esta vogal deveria ser pronunciada nas palavras com que, qui, gue gui. No entanto, no novo acordo, esse sinal de diérese é inteiramente suprimido das palavras portuguesas ou aportuguesadas, pois não se justifica, uma vez que é uma questão de fonética e não de grafia. Mesmo sem o trema, em palavras como frequentar e linguística, por exemplo, sabemos que o “u” é pronunciado e que em palavras como quente e guitarra esta mesma vogal é muda, ou seja, não é proferida. Só há um caso em que o uso do trema se conservou: em palavras de nomes próprios estrangeiros e derivados, como: Hübner, mülleriano, Müller, etc. Vale lembrar, contudo, que a pronúncia continua a mesma; o que mudou foi a grafia das palavras.
1 Trechos extraídos de textos elaborados por Sabrina Vilarinho, disponíveis em: http://www.mundoeducacao.com.br/acordo-ortografico; Pesquisa de imagens em: www.google.com.br/imagens
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SEPARAÇÃO DE SÍLABAS EM FINAL DE LINHA Na translineação (mudança de linha) de uma palavra composta ou de uma combinação de palavras em que há um hífen, ou mais, se a partição coincide com o final de um dos elementos ou membros, deve, por clareza gráfica, repetir-se o hífen no início da linha imediata: Exemplos: ex- -alferes, serená- -los-emos ou serená-los- -emos, vice- -almirante. Fonte: http://oferrao.atarde.uol.com.br/?p=676 ACENTUAÇÃO 1) Acento diferencial
Como o próprio nome diz, o acento diferencial faz a distinção entre palavras que têm a mesma grafia.
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Com a reforma ortográfica, este acento caiu em alguns pares, como: para (á) (do verbo parar) e para (preposição); pela (é) (do verbo pelar) e pela (proposição); pelo (ê) (substantivo) e pelo (preposição), etc. Atenção: Permanece o acento diferencial nos pares: pôde (forma do verbo poder no pretérito perfeito do indicativo, na 3ª pessoa do singular) / pode (forma do verbo poder no presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular) e pôr (verbo) / por (preposição). Exemplos: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode. Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. 2) Acento circunflexo Em certos casos, o acento circunflexo deixa de existir: a) Nas formas verbais paroxítonas que possuem o “e” tônico fechado em hiato (sons vocálicos adjacentes que ficam em sílabas separadas) com a terminação –em da terceira pessoa do plural do presente do indicativo ou do subjuntivo. Observe: eles/elas creem, que eles/elas deem, eles/elas leem, que eles/elas desdeem, eles/elas veem, e assim por diante. b) Na vogal tônica fechada (^) em “o” nas paroxítonas, precedidas ou não de “s”: abençoo, doo (do verbo doar), enjoo, voo, povoo, perdoo, etc.
Fora dessas duas situações, ou seja, no restante, continua tudo igual!
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Observação: os verbos “ter” e “vir” continuam com a conjugação normal na terceira pessoa do plural do indicativo: eles/elas têm, eles/elas vêm. 3) Paroxítonas As mudanças mais significativas referem-se às paroxítonas, ou seja, as palavras que possuem acento tônico na penúltima sílaba. Vejamos: a) Nos ditongos abertos éi e ói das paroxítonas o acento caiu. Assim, termos como: colméia, estréia, geléia, idéia, jibóia, heróico, platéia, jóia, apóio (de apoiar), dentre outras, ficam: colmeia, estreia, geleia, ideia, jiboia, heroico, plateia, joia, apoio. Importante: Lembre-se que essa primeira regra é válida para as paroxítonas e, portanto, as oxítonas, ou seja, as palavras cujo acento tônico recai sobre a última sílaba, continuam acentuadas: anéis, fiéis, papéis, heróis, troféu, chapéu, etc. b) O acento no “i” e “u” tônicos não existe mais quando vierem depois de ditongos nas paroxítonas. Dessa forma, vocábulos como: feiúra, baiúca, bocaiúva e cauíla, ficam: feiura, baiuca, bocaiuva e cauila.
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c) O acento deixa de existir nos verbos em que a tonicidade incide na raiz, com as consoantes g ou q precedendo a vogal tônica u. É o caso de: arguir e redarguir: arguo, arguis, argui, arguem, e assim por diante. HÍFEN Usa-se hífen: a) É obrigatório diante de palavra iniciada por “h”: super-homem, super-herói, anti-higiênico, sobre-humano, geo-história, semi-hospitalar, neo-helênico, pré-história, eletro-higrômetro, etc. Obs.: no caso do prefixo “sub” e do substantivo “humano”, ocorre junção das duas palavras e perda do “h”: subumano. Mas a forma sub-humano também é admitida. b) Aparece quando o primeiro termo (prefixo) termina com vogal (anti, auto, contra, micro, semi) e o segundo termo começa com a mesma vogal: anti-inflamatório, anti-ibérico, auto-observação, eletro-ótica, micro-ondas, semi-interno, contra-atacar, contra-ataque, anti-imperialista, infra-axilar, etc. Observação 1: No geral, os prefixos -des e -in não possuem hífen quando o segundo elemento perde o “h”: desumano, desumanidade, inábil, desumidificar, etc. Observação 2: Comumente, o prefixo co- se une ao segundo elemento, mesmo quando este último se inicia com a mesma vogal, como em: coordenar, cooperar, coobrigação, coocupante, cooperação, etc. O mesmo ocorre com a palavra herdeiro, que perde o h inicial: coerdeiro.
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c) Quando o primeiro elemento terminar e o segundo começar pela mesma consoante: inter-racial, super-racista, hiper-requintado, super-resistente, inter-regional, hiper-radical, sub-bibliotecário, sub-base, etc. Importante: Quando se trata do prefixo sub-, o hífen é utilizado quando a palavra seguinte for iniciada por “r”: sub-racial, sub-raça, sub-região, etc. d) Quando há os prefixos: pós, ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice, sota, soto, vizo: ex-diretora, vice-presidente, sota-piloto, vizo-rei, soto-mestre, pós-graduação, pré-vestibular, recém-chegado, sem-teto, pró-europeu, pós-operatório, além-mar, etc. e) Em palavras indígenas com os prefixos “açu”, “guaçu”, “mirim”: tupi-guarani, capim-açu, jacaré-açu, amoré-guaçu, anajá-mirim, arumã-mirim, etc. f) Em encadeamentos vocabulares e palavras já consagradas pelo uso: ponte Rio-Niterói, ensino-aprendizagem, cor-de-rosa, fim-de-semana, eixo Rio-São Paulo, pé-de-meia, água-de-colônia, etc. Não se usa o hífen: a) Quando o prefixo termina em vogal diferente da inicial do segundo elemento: aeroespacial, coautor, coedição, infraestrutura, autoescola, autoaprendizagem, extraescolar, agroindustrial, semianalfabeto, etc.
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Observação: Lembre-se que o prefixo co-, no geral, se une ao segundo elemento, mesmo quando este último se inicia com a mesma vogal, como em: coordenar, cooperar, coobrigação, coocupante, cooperação, etc. b) Nas formações em que o prefixo termina em vogal e o segundo termo começa com r ou s. Neste caso, ao invés do hífen, dobra-se a consoante: minissaia, infrassom, microssistema, contrarregra, contrassenso, ultrassom, antirreligioso, neorrealismo, etc. c) Nas demais formações em que o prefixo termina em vogal e o vocábulo seguinte se inicia por consoante diferente de r ou s: antipedagógico, autopeça, seminovo, microcomputador, coprodução, geopolítica, etc. d) Nos prefixos super, hiper, inter quando o segundo elemento começar com consoante diferente de r ou por vogal: hipermercado, superinteressante, interamericano, interestadual, hiperativo, superamigo, etc. e) Em palavras compostas que, pelo uso, perderam a noção de composição: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, etc. __________________________

Referências: Esta apostila foi organizada pelo Prof. Ms. Márcio José Pereira de Camargo em 2012, com base nas seguintes fontes: Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Disponível em:
http://www.abril.com.br/arquivo/acordo_ortografico.pdf Adaptação de texto de Sabrina Vilarinho. Disponível em:
http://www.mundoeducacao.com.br/acordo-ortografico Michaelis Guia Prático da Nova Ortografia. Elaborado pelo Prof. Douglas Tufano. Editora Melhoramentos, 2008. [texto adaptado pelo Prof. Ms. Alexandre Blaitt]
Pesquisa de imagens em: www.google.com.br Revista Língua Portuguesa. Guia da Nova Ortografia. Editora Segmento, 2009. Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. Disponível em:
http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23
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