sábado, 6 de abril de 2019

ARTIGO CIENTÍFICO - MULTIMODALIDADE DE TRANSPORTES


ARTIGO CIENTÍFICO - MULTIMODALIDADE DE TRANSPORTES



SUMÁRIO

INTRODUÇÃO........................................................................................................................ IV
1. DEFINIÇÃO DE TRANSPORTE MULTIMODAL................................................................ V
1.1 Diferenças entre multimodalidade e intermodalidade...................................................... V
2. OS MODAIS.......................................................................................................................... VI
2.1 Rodoviário...................................................................................................................... VI
2.2 Ferroviário...................................................................................................................... VI
2.3 Dutoviário...................................................................................................................... VII
2.4 Aéreo............................................................................................................................. VII
2.5 Hidroviário................................................................................................................... VIII
3. CONCEITO OTM................................................................................................................. IX
4. VANTAGENS DA MULTIMODALIDADE.......................................................................... IX
5. DESVANTAGENS DA MULTIMODALIDADE.................................................................... X
6. UTILIZAÇÃO DO TRANSPORTE MULTIMODAL............................................................ X
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................... XI
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... XII













INTRODUÇÃO

O multimodal é uma prática onde vários meios de transporte de distribuição se interagem, em um ciclo logístico, buscando tornar mais rápidas e eficazes as operações de transbordo, determinando uma vantagem competitiva entre as indústrias no mercado.
Para a prática do multimodal serão necessários dois ou mais tipos de transportes, podendo ser: aéreos, ferroviários, marítimos, rodoviário, dutoviário, onde pode mudar dependendo do que se vai ser transportado, qual será a melhor rota, para que a entrega do produto chegue ate o destino final, onde irá agregar valor ao produto.
 Sendo este tipo de modal que tem suas vantagens e desvantagens, gerando custos e tendo dominância de utilização em determinados lugares, esses tópicos entre outros serão apresentados no decorrer do trabalho.

















TRANSPORTE MULTIMODAL


1. DEFINIÇÃO DE TRANSPORTE MULTIMODAL

O Transporte Multimodal pode ser definido como sendo aquele que se utiliza mais de um modo de transporte para a mercadoria chegar ao seu destino, com apenas um único transportador, e a responsabilidade transferida para a OTM, envolvendo todas as atividades primordiais para a conclusão da operação de transporte.
O Transporte Multimodal envolve os serviços de transporte, coleta, consolidação, movimentação e armazenagem de cargas, desconsolidação, entrega e todas as etapas indispensáveis para a execução da tarefa.


1.1 DIFERENÇAS ENTRE MULTIMODALIDADE E INTERMODALIDADE

A diferença entre o transporte intermodal (largamente utilizado no Brasil) e o transporte multimodal é que o transporte intermodal utiliza dois ou mais modais, por exemplo: aéreo-rodoviário; ferroviário-rodoviário; rodoviário-ferroviário-aquaviário, etc., no transporte de cargas, desde a origem ao destino final mediante a celebração de um contrato de transporte para cada etapa do itinerário.
O transportador de cada etapa/modal é responsável pelos danos, avarias, atrasos ou extravios de carga durante a realização de seu trabalho ou prestação de serviço. Por sua vez, o transporte multimodal utiliza dois ou mais modais, para o transporte de cargas da origem ao destino final mediante a celebração de apenas um contrato e a intermediação e responsabilidade única do OTM.
A intermodalidade pode ser definida como a integração entre os modais, com o uso de vários equipamentos, como containers por exemplo, e vários documentos ou contratos. Já a multimodalidade caracteriza-se pela integração da cadeia de transporte, com o uso dos mesmos equipamentos, como containers, um único prestador de serviço, ou seja, um único operador logístico e um único documento, contrato de compra ou venda ou ainda, uma única fatura.


2. OS MODAIS

Consideram-se cinco os modos (modais) básicos de transporte: rodoviário, ferroviário, dutoviário, hidroviário e aéreo.


2.1 RODOVIÁRIO

É o meio de transporte dominante. É o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil, atingindo praticamente todos os pontos do território nacional, pois desde a década de 50, com a implantação da indústria automobilística e a pavimentação das rodovias, esse modal se expandiu de tal forma que hoje é o mais procurado. Destina-se, principalmente ao transporte de curtas e médias distâncias de produtos acabados e semi-acabados. São recomendados para o transporte de mercadoria de médio e alto valor e produtos perecíveis.
O transporte rodoviário apresenta custos fixos baixos (a maioria das rodovias é ou foi construídas com fundos públicos), porém, seu custo variável é médio (combustível, manutenção, etc).


2.2 FERROVIÁRIO

No Brasil, o transporte ferroviário é utilizado principalmente no deslocamento de grandes tonelagens de produtos homogêneos, isto é, um único tipo de produto por vez, por distâncias relativamente longas. Como exemplos, destes produtos, estão os minérios de ferro, de manganês, carvões minerais, derivados de petróleo e cereais em grãos, os quais, todos são transportados a granel. No entanto, na Europa e Estados Unidos, a ferrovia cobre um aspecto muito mais amplo de fluxos, não só no transporte de cargas, mas principalmente, no transporte de pessoas.
Como exemplos de meios de transportes ferroviários, podem ser citados: o transporte com vagões, pranchas, containers e semi-reboques rodoviários (piggy back): caminhões reboques atrelados na parte de trás.
Com relação aos custos, esse modal apresenta custos fixos altos em equipamentos, terminais e vias férreas, entre outros. Porém, seu custo variável é baixo (combustível e manutenção).
2.3 DUTOVIÁRIO

A utilização do transporte dutoviário é ainda muito limitada. Destina-se principalmente ao transporte de líquidos e gases em grande quantidade e volume, assim como, para materiais que podem ficar suspensos, ou seja, flutuar em água, como petróleo e derivados e minérios. A movimentação via dutos é muito lenta, contudo, sua lentidão é compensada pelo fato de que o transporte opera 24 horas por dia e sete (7) dias da semana, sem interrupções. Os direitos de acesso, construção e requisitos para controle das estações e capacidade de bombeamento, fazem com que o transporte dutoviário apresente custo fixo bastante elevado. Em contrapartida, o seu custo variável é muito baixo; quase nenhum gasto com mão-de-obra.
Como vantagens, o transporte dutoviário se apresenta como o mais confiável de todos, pois existem poucas interrupções para causar alguma variabilidade nos tempos e os fatores meteorológicos não são significativos. Além disso, os danos e perdas de produtos são bem baixos. Como desvantagens, temos a lentidão na movimentação de produtos, como citado antes, o que inviabiliza o uso deste tipo de modal para o transporte de produtos perecíveis.


2.4 AÉREO

Esse tipo de transporte é utilizado principalmente nos transportes de cargas de alto valor unitário, isto é, artigos de alto valor comercial, como artigos eletrônicos, artigos de moda, arte, etc.
Como exemplos deste meio de transporte, estão os aviões dedicados e aviões de linha. No modal aéreo existem os serviços regulares, contratuais e próprios. O serviço aéreo é oferecido da seguinte maneira: linhas domésticas e regulares: cargueiras (somente cargas), locais (principais rotas e centros populosos, passageiros e cargas), suplementares (chartes; que não tem programação regular), regionais (que atendem rotas abandonadas pelas domésticas e onde, normalmente são utilizados aviões menores), taxi-aéreo (cargas e passageiros entre centros de cidades e grandes aeroportos) e internacionais (cargas e passageiros).
O transporte aeroviário é o que tem custo mais elevado em relação aos outros modais. Seu custo fixo é alto (aeronaves, manuseio e sistemas de cargas), bem como seu custo variável também é alto (apresenta alto custo com combustível, mão-de-obra, manutenção etc.)
As vantagens são: a velocidade elevada, distância alcançada, segurança contra roubos, danos e extravios e redução de custo de estoque. Suas principais desvantagens são: o custo de frete, tempos de coleta e entrega das cargas, manuseio no solo e dimensões físicas dos galpões e porões de guarda dos aviões e aeronaves.


2.5 HIDROVIÁRIO

O transporte hidroviário é utilizado para o transporte de granéis, líquidos, produtos químicos, areia, carvão, cereais, derivados de petróleo e bens de alto valor, geralmente transportados em containers, utilizando-se de operadores logísticos internacionais.
Como exemplos, de meios de transporte hidroviário, podem ser citados os navios dedicados, isto é, navios onde as cargas são dispostas em posições pré-estabelecidas, navios containers e bidirecionais para veículos, os denominados: “roll-on, roll-off”; navios tipo ferries e vessel, designados para carregar carros, caminhões, caminhões-trailers, etc. Os ferries são navios que possuem uma rampa na polpa na parte de baixo, e vessel, do mesmo tipo, só que maiores e que viajam pelos oceanos.
Esse tipo de transporte pode ser dividido em três formas de navegação. São elas:
Cabotagem: navegação realizada entre portos ou pontos terminais, dentro do território do país, utilizando-se de rios e mar, contudo perto da costa.
Navegação Interior: realizada em rios em percurso nacional ou internacional.
Navegação de longo curso: realizada entre portos nacionais e estrangeiros.
Em relação aos custos, o transporte hidroviário apresenta custo fixo médio (navio e equipamentos) e custo variável baixo (devido à grande quantidade transportada, seus custos com combustível e manutenção, ficam compensados). É o modal que apresenta os mais baixos custos.
Esse modal apresenta como vantagens a capacidade de transportar mercadoria volumosa e pesada e o fato dos custos de perdas e danos serem considerados baixos comparados com os outros modais. Suas principais desvantagens são: a existência de problemas de transporte nos portos, a lentidão com embarque e desembarque e a forte influência do clima. Sua disponibilidade e confiabilidade são afetadas pelas condições meteorológicas.






3. CONCEITO OTM (OPERADOR DE TRANSPORTE MULTIMODAL)


O Operador de Transporte Multimodal é a pessoa jurídica contratada como principal para a realização do Transporte Multimodal de cargas da origem até o destino, por meios próprios ou por intermédio de terceiros.
O OTM realiza contrato com o cliente por todo o serviço, emitindo o Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas. Posteriormente, contrata os transportares de cada modal, assim como os serviços adicionais necessários (armazenagem, coleta, etc.). Assim, o OTM se responsabiliza pelo serviço perante o cliente até a entrega ao destino (porta-a-porta). Por outro lado, o Operador Logístico não emite conhecimento, ao contrário, somente promove o contato entre o cliente e cada prestador de serviço. O foco principal do OTM é o transporte de carga sendo os demais serviços considerados acessórios, enquanto o foco do operador logístico é gerenciar o abastecimento ou a distribuição para o contratante.
O OTM assume a responsabilidade: pela execução do contrato multimodal; pelos prejuízos resultantes de perda, por danos ou avarias às cargas sobre sua custódia, assim como por aqueles decorrentes de atraso em sua entrega , quando houver prazo acordado. Pelas ações ou omissões de seus empregados, agentes, prepostos ou terceiros contratados ou subcontratados para execução dos serviços de Transporte Multimodal, como se essas ações fossem próprias.


4. VANTAGENS DA MULTIMODALIDADE


O transporte representa o elemento mais importante do custo logístico na maioria das empresas e tem papel fundamental na prestação do serviço ao cliente. Do ponto de vista de custos, o transporte representa, em média, cerca de 60% das despesas logísticas. Ele pode variar entre 4% e 25% do faturamento bruto, e em muitos casos, supera o lucro operacional. Dessa forma, iniciativas como a multimodalidade, isto é, a integração de dois ou mais modais de transporte e o surgimento de operadores logísticos, ou seja, de prestadores de serviços logísticos integrados, apresentam relevante importância para redução dos custos de transporte, pois geram economias de escala (quando um aumento da produção acontece sem um aumento proporcional no custo da mesma) ao compartilhar sua capacidade e seus recursos de movimentação para atender vários clientes.
O transporte multimodal de cargas oferece vantagens que permitem a manipulação e a movimentação mais rápida da carga; maximiza o rendimento operacional; facilita o transbordo de carga, possui o menor índice de roubos, danos, e avarias; diminui os custos do transporte, oferece competição; garante melhor qualidade de serviços; relação de interesses mútua entre usuário e transportador e concentra a responsabilidade sobre o transporte em menor número de intervenientes.


5. DESVANTAGENS DA MULTIMODALIDADE


As desvantagens que podem surgir sobre a multimodalidade são a burocracia devido ao numero de modais atendidos, o desconhecimento das operações de outros modais; exposição à crises estruturais e econômicas em cada segmento, a existência de poucas alternativas de seguros de carga em operações multimodais e a carência de profissionais especializados .


6. UTILIZAÇÃO DO TRANSPORTE MULTIMODAL


No Brasil utilizasse a intermodalidade pois uma das principais barreiras ao conceito e uso da multimodalidade em nosso país, diz respeito à regulamentação da prática do OTM. Com a implantação de um documento único de transporte, alguns Estados argumentam que seriam prejudicados na arrecadação do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).














CONSIDERAÇÕES FINAIS


Com o desenvolvimento comercial e produtivo, a necessidade de gerenciamento de transportes tornou-se um fator de extrema importância, para resolver problemas e diminuir custos logísticos.
A multimodalidade tornou-se uma opção eficiente para as empresas, pois reduz custos, além de integrar uma cadeia logística eliminando ocorrências durante a transição dos materiais.
Analisamos que é uma opção vantajosa que está sendo aplicada no Exterior e enquanto no Brasil há ainda muitas barreiras impostas.



































REFERÊNCIAS



BARAT. José Barat. Logística e transporte no processo de globalização: oportunidades para o Brasil. Alto de Pinheiros, SP: Fundação Editora da UNESP (FEU), 2007.


BARAT. José Barat. Logística, transporte e desenvolvimento econômico. São Paulo, SP: Editora CLA, 2007.


OTM, Operador de Transporte Multimodal. Disponível em: <http://www.antt.gov.br/multimodal/otms_habilitadas.asp.> Acesso em: 5 de set. 2011.


ARTIGOS, Vantagens da Utilização do Transporte Multimodal no Comércio Internacional Brasileiro. Disponível em: <http://www.sindiex.org.br/site2008/mostraconteudos.asp?cod_conteudo=6100>. Acesso em: 25 de set. 2011.


RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrosio. Introdução aos sistemas de transporte no Brasil e à logística internacional. 2ª ed. Ver. São Paulo: Aduaneiras, 2002. ISBN 978-857-129-490-5.


CARVALHO, José Mexia Crespo. Logística. Lisboa: Edições Sílabo, 1996. ISBN 978-972-618-147-7


SUNIL CHOPRA-PETER MEINDL, Gerenciamento da SCM – Estratégia – Planejamento e Operação.





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